De visita ao Zoo de Lisboa e a provar que a mais inocente, desprendida e tranquila de todas as visitas se pode tornar numa verdadeira aventura, ou, no mínimo, é capaz de fazer subir a adrenalina a níveis mais próprios dos desportos radicais, deixo-vos estas fotos de um Aligator, que se ergueu na vertical, em direcção à máquina fotográfica, alguns metros acima do nível das águas. Fotos de Animais Selvagens feitas nestas condições representam um desafio imenso, mas o Mundo Animal assim retratado, ganha outra dimensão.
Em condições normais, gosto de visitar o zoo logo pela manhã e sigo uma rotina de percurso que tenho vindo a aprimorar ao longo dos tempos. Nada é ao acaso! Alguns dos animais ainda são apanhados de boca cheia, enquanto tentam, à pressa, terminar o pequeno almoço. Outros ainda, em jeito de preparação para os fotógrafos, afagam a pelagem e escolhem o espaço mais soalheiro para capturar os primeiros raios de sol… Este é um ritual sazonal que depende em grande medida da espécie animal em questão, mas também da sua disposição geográfica no próprio zoo. Um destes dias dedicarei um artigo animal a este tema, mas não é o propósito deste Post de animais selvagens que agora trago.
Quando o sol se levanta, a luz inunda o recinto destes maravilhosos crocodilos, apelidados de Aligátor do Mississipi ou simplesmente, Aligátor Americano. Nesta hora, a luz é ainda muito suave e cristalina. Como em tantas outras visitas fui directo ao Reptilário. Aí podemos encontrar algumas das espécies mais belas e exóticas de répteis e anfíbios dos quatro cantos do Mundo Animal. -Crocodilos, cobras e serpentes, sapos e rãs, tartarugas, lagartinhos, lagartos ou lagartões, como o dragão-de-komodo, entre muitos outros… Subi a pequena ponte de madeira por cima do lago dos crocodilos e aproveitei, uma vez mais, o espelho de água, para fotografar, ainda em silêncio, estes monstros. Além do tratador que verificava minuciosamente se tudo estava no seu lugar, não se via vivalma.
Estive por ali algum tempo a fotografar um enorme exemplar que permanecia imóvel, bem por debaixo de mim. O seu olhar e todo aquele silêncio é verdadeiramente hipnótico. Dei por mim numa letargia pouco recomendada a quem respira o mesmo ar que estes animais selvagens. Ao fundo, lá longe, quase murmúrio, ouvi uma voz de mimo, como quem chama um bichano para lhe fazer umas festas. Estava de tal forma adormecido que nem dei conta que o tratador que se aproximava, por detrás, e trazia consigo um pequeno naco de carne do tamanho de uma bola de ténis. O idílico deu lugar à tempestade e quando “acordei”, já aquela grotesca cabeça de crocodilo estava na minha frente. Apoiado nas patas de trás e na cauda, ergueu-se no ar, um bom par de metros. Colossal. Gigantesco. Monstruoso. Nem me atrevi a beliscar-me, o que queria mesmo é que este fosse apenas parte um sonho. De boca escancarada, conseguia-se uma perspectiva desconcertante do serrote, feito de dentes cónicos de diferentes tamanhos, a apontar em todas as direcções. Depois do pequeno pedaço de carne lhe tocar na língua, a prensa fechou-se instantaneamente, acompanhada por um ruído grave e profundo, de arrepiar os pêlos da nuca. Desceu ao seu reino delicada e graciosamente e por ali ficou, à espera de mais… Como fotografava com uma lente tele, e apesar de não me ter esquecido das calças castanhas, estes momentos de grande proximidade não saíram na fotografia, de todo. Ainda assim, não quis deixar de partilhar com os apaixonados pela natureza e vida animal selvagem este episódio vivido na primeira pessoa.
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Algumas referências úteis nas fotos de animais selvagens (neste contexto) no animaisfotos.com
Cobras, Lagartos e Primos (Portfolio)
Aligátor Americano (Portfolio)
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AlfonsoPaz
Fotografia Animal e a Conservação, Preservação e Protecção da vida animal selvagem.
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